Os Efeitos de gritar com crianças

Se você é pai ou mãe, sabe que às vezes as emoções ficam a flor da pele. De alguma maneira, as crianças conseguem nos tirar do sério e nos levar a estados emocionais anteriormente desconhecidos, e antes mesmo que você perceba, você grita com força e vontade de se fazer ouvir.

Você não é o único a fazer isso e nem o único a se sentir frustrado e arrependido após um ataque de fúria. Podemos e devemos mudar a maneira como falar com nossos filhos, começando com a simples mudança de um monólogo autoritário para um diálogo respeitoso.

Se já gritaram com você alguma vez, você sabe que uma voz alta não torna a mensagem mais clara, só machuca os ouvidos e o coração.

Seus filhos não são diferentes de você e para completar, não compreendem o sentimento de tristeza e medo que nasce dentro deles com o seu descontrole.  O grito fará com que eles não captem a mensagem e discipliná-los será muito mais difícil, pois cada vez que você eleva sua voz, você diminui sua receptividade.

Pesquisas recentes nos mostram que gritar torna as crianças mais agressivas, física e verbalmente. Gritar em geral, não importa o contexto, é uma expressão de raiva. Isso assusta as crianças e as faz sentir inseguras. A calma, por outro lado, é reconfortante, o que faz com que as crianças se sintam amadas e aceitas apesar do mau comportamento.

Gritar tem efeitos a longo prazo. Gera ansiedade, baixa autoestima e aumento da agressividade. Gritar também torna as crianças mais suscetíveis ao bullying, uma vez que sua compreensão dos limites saudáveis ​​e do autorrespeito são distorcidos.

Alternativas no lugar de aumentar sua voz

Crianças que têm uma forte ligação emocional com os pais, são geralmente mais fáceis de se controlar. Quando as crianças se sentem seguras e amadas incondicionalmente, elas se tornam mais abertas ao diálogo e assim, ouvirão antes que um conflito se transforme em um episódio de raiva.

Ter necessidades básicas satisfeitas, como sono e fome, mantém as crianças felizes e contribui para um melhor comportamento em geral. Além disso, estabelecer rotinas irá ajudá-las a ser menos ansiosas e reduzir o risco de reagir.

Veja como você pode praticar uma disciplina positiva que não envolve gritar:

  1. Se de um tempo limite –
    Controle-se antes de ficar com aquela raiva que faz você sair do seu eixo e levantar a sua voz. Ao afastar-se da zona de conflito por alguns momentos, você se dá uma chance de reavaliar e respirar profundamente, o que o ajudará a se acalmar. Também ensina seus filhos sobre limites e como administrar emoções fortes de maneira saudável.
  2. Converse sobre os sentimentos –
    A raiva é uma sensação normal com a qual podemos e devemos aprender a lidar sempre que esta for gerenciada corretamente. Reconhecer todas as emoções, da alegria e excitação à tristeza, raiva, inveja e frustração, você está ensinando seus filhos que todas essas emoções fazem parte do repertório humano. Fale sobre como você se sente e incentive seus filhos a fazerem o mesmo. Isso os ajudará a desenvolver uma atitude respeitosa em relação a si e aos outros e a formar relacionamentos saudáveis ​​na vida.
  3. Aborde o mau comportamento com calma e firmeza –
    As crianças se comportam mal ocasionalmente. Isso faz parte do crescimento e da natureza delas. Fale de uma maneira firme e que mantenha intacta a dignidade deles, e ao mesmo tempo deixe claro que certos comportamentos não são tolerados. Abaixe-se ao nível dos olhos, em vez de falar com eles do alto ou de longe. Muito importante lembrar de reconhecer e elogiar o comportamento respeitoso.
  4. Não ameace –
    Usar ameaças e castigos gera mais sentimentos de raiva, ressentimento e discórdia. A longo prazo, eles impedem que seu filho desenvolva a disciplina interior. Ameaças e castigos oprimem e intimidam as crianças, fazendo com que se sintam inseguras. Por outro lado, consequências que abordam um determinado comportamento, seguidas de uma explicação justa, ajudam as crianças a construir melhores escolhas no futuro.
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